quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Justiça Brasil - Corumbiara

 16 anos do Massacre de Corumbiara: Uma ferida aberta no coração da Amazonia!



A família é o melhor lugar de se estar, são os melhores momentos aqueles que podemos viver em casa. sem as pessoas que você mais ama, você não pode evitar em se sentir sozinho no mundo.

"Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada família de José e Maria. A Igreja não é outra coisa senão a " família de Deus". Desde suas origens, o núcleo da Igreja era em geral constituído por aqueles que " com toda a casa" se tornavam cristãos. Quando eles se convertiam, desejavam também que "toda a sua casa" fosse salva. Essas famílias que se tornavam cristãs eram redutos de vida cristã num mundo incrédulo".

 abaixo vamos ver um relato sobre a vida de 2 homens que estiveram há 16 anos na Fazenda Santa Elina e por estarem lá ficaram com toda a culpa do que ocorreu, hoje estão foragidos da injustiça, perderam suas famílias, razão da vida. 

Para os julgadores não bastaram as crueldades que praticaram no massacre, como: Tiro em Crianças, humilhação aos jovens que comerão miolos de cadáveres, os velhos que foram espancados, as mulheres que foram desrespeitadas.Queriam mais, queriam se eximir das culpas...
A foto que segue pede uma reflexão, lembra solidão, solidão um dos piores males que caminham na terra...



Claudemir Gilberto Ramos, juntamente com Cícero Pereira Leite Neto foi julgado e condenado, em 2005, pela morte de dois policiais militares durante o episódio conhecido como Massacre de Corumbiara, em 9 de agosto de 1995, na cidade do mesmo nome , no Estado de Rondônia; Claudemir foi condenado,também, por prática de cárcere privado sob a acusação de ter mantido os agricultores dentro da área de ocupação onde ocorreu o episódio, ou seja a Fazenda Santa Elina.O Massacre de Corumbiara completa hoje, 16 anos.Importa muito o que aconteceu naquela madrugada de 9 de agosto pois não morreram apenas dois policiais militares ,mas ,pelo menos 10 trabalhadores agricultores( pelos números oficiais) e ,inclusive, uma criança de 6 anos.Importa muito que dois agricultores, sobreviventes do massacre, tenham sido condenados cinco anos depois e até agora não se ter notícia de quantos policiais militares tenham sido condenados pela morte desses 10 agricultores e dessa criança.Importa muito que quem ordenou o ataque, durante a madrugada, inclusive quando, as famílias estavam dormindo( porque eram famílias que se encontravam ocupando a fazenda)tb não se tenha noticia de que tenha sido condenado. Foi o governo? Foram os fazendeiros?Afinal, eram tropas oficiais que estavam , também, lá!Então, porque condenar os dois agricultores?Certamente, tem lógica vez que Claudemir , aos 23 anos já era um líder de movimento, ou seja, quase um menino e já com tanta responsabilidade .Mas é que entre trabalhadores rurais nãoexiste essa coisa de jovem ter que curtir a sua idade, o que existe é muito trabalho a ser feito, vontade de semear e colher para a sua subsistência, dos seus e da própria sociedade.Não canso de repetir que o feijão com arroz vem da agricultura familiar. A soja, o grão de exportação, é privilégio das pessoas adeptas da dieta natural, e são produtos extremamente caros nas prateleiras dos supermercados.Ora, se no Brasil temos, diariamente, notícias de que pessoas de cargos públicos, estão envolvidos em algum tipo de irregularidade e ,na verdade, o que se vê é que eles estão por aí, indo e vindo, sem que ninguém se incomode, ainda que os processos sejam instaurados mas eles, com suas influências e poder econômico, vão conseguindo burlar as leis, porque então penalizar duas pessoas que apenas lutam por um pedaço de terra para trabalhar e uma delas, Claudemir, foi também, massacrado sob torturas durante o episódio?Claudemir e Cícero viram todos os seus recursos negados. Claudemir, desde o massacre, vive foragido, pois tem a cabeça a premio por parte dos senhores da terra e além do mais, não aceita ser recolhido à prisão pela condenação porque sabe que ela foi um instrumento para que ele fosse trancafiado em uma prisão onde será alvo fácil para ser assassinado.Se todos os recursos judiciais foram negados, porque então não pensar em recorrer a outro poder , ou seja, requerer a anistia?Anistia é o ato pelo qual o poder público, mas especificamente o poder legislativo, declara impuníveis, por motivo de utilidade social, todos quantos, até certo dia, perpetraram determinados delitos,em geral, políticos, seja faznedo cessar as diligências persecutórias, seja tornando nulas e de nenhum efeito as condenações.A anistia anula a punção e o fato que a causa.

  Que os deputados e senadores se sensibilizem para essa situação pois que como legisladores tem o poder de elaborar um projeto de lei de anistia para CLAUDEMIR e CICERO.Falta apenas a vontade política de fazer.


Foi feitoooo.......!!!!!!


"DEPUTADO FEDERAL JOÃO PAULO PROTOCOLOU NA CÂMARA DOS DEPUTADOS PEDIDO DE ANISTIA AOS INJUSTIÇADOS, CLAUDEMIR GILBERTO RAMOS E CICERO PEREIRA."


Após o massacre de Corumbiara, em 1995, que resultou na morte de onze 
trabalhadores rurais e de uma criança,Claudemir leva uma vida de peregrinação. Tido pelos fazendeiros locais como líder do movimento sem-terra da região, sua vida vale R$ 50 mil.Com base em investigação feita pela Polícia Militar, diretamente envolvida nas mortes, Claudemir foi condenado a oito anos e seis meses de prisão. Na primeira entrevista concedida desde a época do massacre, Claudemir contou que policiais tentaram matá-lo em todos os hospitais pelos quais passou antes de fugir.Entre os mandantes do crime, não houve condenação. Além de Claudemir, outro sem-terra foi julgado culpado. Pela parte dos policiais, foram sentenciados o capitão Vitório Regis Mena Mendes e os soldados Daniel da Silva Furtado e Airton Ramos de Morais, mas todos ganharam o direito a um novo julgamento.Depoimentos de policiais indicavam que o fazendeiro Antenor Duarte, líder dos proprietários de terras da região, havia dado dinheiro e carros para os envolvidos no massacre de trabalhadores, que teve ainda sessões de tortura.Após o episódio, a família de Claudemir se desmanchou. A mãe mudou-se, e ele acabou se separando da esposa, com a qual tem duas filhas, as quais não vê há muito tempo, e o pai Adelino deixou a cidade na qual ocorreu a tragédia.Adelino chegou a ser processado junto com o filho por ter, na visão da Polícia Militar e da Polícia Civil, induzido mais de duas mil pessoas a promoverem a ocupação na Fazenda Santa Elina, em julho de 1995. Adelino presidia no sindicato rural na época e havia sido filiado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), motivos que levaram a ser indicado como corresponsável pela ocupação.A versão dele é diferente: “Essa ocupação onde aconteceu o massacre foi uma questão de revolta do povo da região. Foi uma fazenda em que a própria igreja teve gente torturada pelos pistoleiros antes da ocupação”, ressalta, acrescentando que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Rondônia conduz de maneira muito lenta a distribuição de terras. “Essa ocupação foi uma questão quase natural. Descobriram que tinha 40 lotes demarcados pelo Incra e o Incra de Rondônia não tomou posição até hoje.”Ele e Claudemir foram tidos pelo Ministério Público Estadual como responsáveis por impedir que os trabalhadores deixassem o local durante a repressão promovida por policiais e pistoleiros na madrugada de 9 de agosto daquele ano. Desde 2004, quando se esgotaram os recursos, Claudemir considera-se um “foragido da injustiça”.“A prática da Justiça brasileira, antes de fazer o papel dela, de prender os bandidos, traficantes, ladrão, invasores e não deixar o crime tomar conta do Brasil, quando um trabalhador não tem onde cair eles aplicam tudo quanto é lei”, lamenta Adelino, que se soma ao pedido do filho e do Comitê Nacional de Solidariedade ao Movimento Camponês de Corumbiara de que se conduza uma nova investigação que, por sua vez, leve a um novo julgamento. “Fizemos vários manifestos, várias discussões, já sentamos com o presidente do tribunal daqui, já pedimos que o Brasil tomasse vergonha, que tivesse uma revisão desse processo. Comandante desse massacre tá atuando na polícia ainda e não foi condenado. Fazendeiro que comandou não foi nem citado no processo.”Com apoio internacionalA Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) concluiu em 2004 que o Brasil deveria refazer a apuração sobre o caso, uma vez que a Polícia Militar, diretamente envolvida nos fatos, não goza de suficiente isenção para realizar os trabalhos de inquérito. O caso só não foi remetido à Corte Interamericana porque o massacre ocorreu em 1995, três anos antes da entrada do Brasil no Sistema Interamericano de Justiça.Sem ter como dar sequência, a CIDH, que integra a Organização dos Estados Americanos (OEA), recomendou que fosse feita uma investigação “completa e imparcial”, dando conta da participação de cada um dos agentes nos episódios de Corumbiara.O histórico do caso conta a favor dos líderes que pedem um novo julgamento. Em julho de 1995, durante o processo de ocupação, os trabalhadores sem-terra mostraram-se abertos à negociação, fato demonstrado pelo relatório da CIDH.
Mas o clima de vitória foi quebrado quando, desrespeitando a legislação brasileira, policiais militares invadiram o local a balas. Começou uma troca de tiros que foi encerrada na manhã seguinte, quando os agentes de segurança imobilizaram os integrantes do movimento.Foi então que começou uma série de sessões de tortura e de execuções de pessoas, segundo relatos. Uma das vítimas foi uma menina de sete anos que teria se recusado a pisar sobre os adultos deitados no chão, uma das ações voltadas à humilhação. Outras práticas incluíram comer terra suja de sangue, expor mulheres nuas e provocar ferimentos pela baioneta das armas.
Fonte:

Há ma esperança por que se perguntares para um juiz:

"E vós, juízes que desejais ser justos. Que julgamento pronunciareis contra aquele que, embora honesto na carne, é ladrão no espírito? E como punireis aquele que assassina o corpo, mas é, ele próprio, assassinado no espírito? E como processareis aquele que, impostor e opressor nas suas ações, É também molestado e ultrajado? E como punireis aqueles cujos remorsos já são maiores que seus delitos? Não é o remorso uma justiça aplicada por esta mesma lei que vós desejais servir? E, contudo, não podeis pôr o remorso sobre o coração do inocente, nem levantá-lo do coração do culpado. Espontaneamente, ele gritará na noite para que os homens despertem e se considerem. E vós que desejais compreender a justiça, como a compreendereis sem examinar todas as ações na plenitude da luz? Somente então sabereis que o erecto e o caído são um mesmo homem, vagueando no crepúsculo entre a noite de seu Eu-pigmeu e o dia de seu Eu divino. E que a pedra angular do templo não supera a pedra mais baixa de suas fundações." Khalil Gibran


Oremos e divulguemos!!!

Abraço.

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